18/04/12

Retorno após meses de problemas pessoais

Meus queridos leitores após meses de muita atribulação, causada pelo acúmulo de estresse e ainda por problemas de ordem familiar, me vi obrigado a me ausentar de todas as atividades, inclusive a de professor, para me restabelecer de maneira total de uma ansiedade que subiu à altura do Monte Himalaia. De qualquer forma, mesmo a distância procurei manter-me atualizado, já que sempre fui e serei leitor assíduo e admirador desta magnífica obra criada pelo nosso mestre e editor Jota Carvalho, sempre assistido pelo seu fiel e histórico escudeiro Paulo Roberto Rodrigues desde os tempos de Jornal dos Sports, programas radiofônicos e um blog, que ainda leio, pois gosto de notícias antigas. Estou ciente de que mesmo afastado, nossos leitores tiveram toda assistência acerca das notícias do futebol fluminense, já que o time do PAPO ESPORTIVO esteve por um tempo desfalcado, mas prosseguiu na sua campanha rotineira de vitórias sucessivas. Fábio Menezes e Reisinaldo Esteves deram conta do recado, como sempre, com suas notícias, críticas e grandes furos, como no polêmico caso da venda do Estácio, sem falar na possibilidade de perda, já afastada, do histórico estádio de Figueira de Melo, algo que considero a maior conquista profissional coletiva: a salvação de um palco sagrado perante as garras inescrupulosas da especulação imobiliária. Portanto, me orgulho, humildemente de retornar a esse espaço para transmitir, dentro de meus limitados conhecimentos, alguma informação adicional sobre o nosso combalido, mas importante futebol do Rio de Janeiro.

João Moreno é um dos destaques da Série C


Apesar da campanha, aquém do esperado, do Arraial do Cabo nesta Série C, chama a atenção o poder de finalização do atacante João Carlos de Castro Ferreira, o João Moreno (foto), nascido a 12 de fevereiro de 1987, de acordo com o Boletim de Registro de Atletas da Federação. Não obtivemos maiores detalhes de sua carreira, possivelmente por que o presidente da equipe, Walquir Pimentel, não deseja atualmente prescindir de seus importantes gols no presente campeonato, o que prova que a nossa admiração não é motivada por qualquer tipo de interesse, senão o de divulgar o que há de melhor nesse certame ainda tão carente de melhor organização, apoio e divulgação por parte da grande mídia esportiva e da própria entidade que o organiza, pois as altas taxas e exigências cobradas aos clubes são altíssimas para uma disputa deficitária que não possui nenhum retorno midiático e financeiro. O torcedor, inclusive, é alijado das partidas que, em sua maioria são jogadas com portões fechados, visto que a maior parte de nossos estádios não possuem os laudos exigidos para que haja o pleno funcionamento. Sabemos apenas que o habilidoso centroavante, eficiente com as duas pernas, e matador no cabeceio, já foi pretendido por outras equipes, mas apenas por empréstimo, já esteve no futebol sul-africano e defendeu também as cores do Rio de Janeiro, de Magé, presidido pelo nosso querido Ênio Farias. Nas próximas edições descreveremos outras revelações de vários outros clubes que ora disputam a antiga Terceirona de maneira fiel e imparcial.

Decadência do Interior: rebaixamento inédito do Americano


Parecia inevitável que um dia o Americano, dadas as suas últimas más campanhas, sofresse o descenso à Série “B”, seguindo a ladeira já inaugurada por Bangu e America, este último, ao que vemos, sem chances breves de retorno imediato. Ao contrário do que muita gente pensa, o Alvinegro Campista jamais disputou uma segunda divisão de nível estadual, pois quando os campeonatos da antiga Guanabara e do estado do Rio foram fundidos, o nosso prestigioso Americano apenas migrou para o atual certame que conhecemos. Tal fato ocorreu, em 1976, quando a recém-criada Ferj, cujo primeiro mandatário foi Otávio Pinto Guimarães, agregou três times do interior aos da capital. Volta Redonda, Goytacaz e o nosso prestigioso e agora desafortunado, Americano foram os contemplados. Desde então, o time do falecido Eduardo Viana, o Caixa d’água, jamais sofrera qualquer descenso a nível estadual. Daremos mais detalhes sobre a história vitoriosa desse time nas próximas edições. Triunfos inclusive em nível de Campeonato Brasileiro, o que fará muita gente chorar em pensar que esse time agora se apequena diante de sua própria e rica trajetória.

Barra da Tijuca investe na divulgação e contrata assessora de imprensa


O Clube Atlético da Barra da Tijuca, o antigo Yasmin, para o qual sempre colaboramos de maneira informal, inclusive com uma bela, atual e informativa página na Wikipédia, a exemplo das de outros times que fizemos, resolveu não só investir em reforços para ascender à Série “B”, como ainda em aprimorar a sua própria divulgação. Contratou a competente assessora de imprensa Luciana Figueiredo (foto), que é bonita, mas é muito bem casada, e tem um belo filho chamado Enzo, que já ensaia seus primeiros chutes. De acordo com o técnico Lira, ele baterá melhor com a direita. Opinião de quem entende do riscado! Luciana também prestou excelentes serviços ao Villa Rio e Rubro Social. Ela, não só se responsabiliza pelas matérias, fotos e atualização do site do clube, cujo endereço é http://atleticodabarra.com.br/, como também promove atualizações periódicas nas redes sociais. Que o exemplo do Barra da Tijuca seja seguido por outros clubes, já que tantos outros profissionais da área esportiva desejam, podem e devem mostrar o seu talento, mas necessitam de mais espaço. Lembremos que divulgação é uma atração para investimentos.

Rebaixamento do Carapebus é fato lamentável

Após uma campanha duríssima, inclusive noticiada e acompanhada por canais de televisão, o Carapebus, após subir da Série C para a B, morreu mesmo na praia. Por ter abandonado a disputa da categoria de juniores, o clube foi punido pelo TJD. Com mais de três WO por ter sido suspenso, já está eliminado e rebaixado para onde veio. Não é difícil prever ou adivinhar que a rapaziada da cidade já deve ter desanimado de vez com o futebol. Tanta despesa, tanto trabalho, tanto suor derramado em campo para absolutamente nada! A conclusão óbvia é a de que não é tão difícil ascender de uma terceira para uma segunda divisão. O pior é manter-se no nível que um segundo módulo exige no que tange às despesas, deslocamentos, salários, logística, material, taxas exorbitantes e demais gastos de toda ordem. O Carapebus segue os rastros recentes do Rio das Ostras, Aperibeense, Floresta, Guanabara, Profute, Itaperuna, Riostrense e tantos outros que tiveram seus momentos de glória e hoje amargam um obscuro cenário. É algo muito triste para quem acompanhou de perto o sério trabalho do treinador Luciano Lamoglia.

Escudo da semana: o primeiro logotipo do São Gonçalo FC


Vale conferir uma das últimas vetorizações de Sérgio Mello, repórter do Jornal dos Sports e contumaz colecionador de escudos. Trata-se do primeiro escudinho do atual São Gonçalo Futebol Clube, estreante do Campeonato Estadual da Série C do Rio de Janeiro. O obtivemos através de uma foto de uma camisa vestida por um dirigente da agremiação quando estivemos presentes ao estádio Carlos Gonçalves, do Motorista Futebol Clube, em Rio Bonito. O atento Sérgio, especialista no assunto, já descobriu que se trata de uma inspiração do FC Kobenhavn, da Dinamarca. Comparem no Google, se não é verdade! Só que, Sérgio, não há mistério algum a ser desvendado conforme alegou no site http://cacellain.com.br/blog/?p=26989. Essa polêmica nunca existiu. É a mesma agremiação. Por favor, corrija essa informação equivocada. Trata-se realmente do primeiro logotipo desse mesmo clube que posteriormente criou o atual que pode ser visto em seu site oficial, cujo endereço é http://saogoncalofc.com.br/. Não confundamos Carolina da Conceição com Caçarolinha do Sá Leitão. Obrigado, Sérgio, pela cessão do escudo que ficou muito bem redesenhado.

Mínimas

>> O Arraial do Cabo, presidido por Walquir Pimentel, estuda a hipótese de criar um time de vôlei, basquetebol ou até handebol. Mas só serão aceitos atletas que meçam a partir de dois metros de altura. Charlles, que possui 1,83, já estaria vetado.

>> Parabéns ao presidente Jorge Varella, do Bangu, por não só ter evitado o iminente rebaixamento de seu clube, o que por si só, já seria um desastre, como ainda o classificou para as finais da Taça Rio. O Força Bangu! do torcedor Fábio Menezes surtiu resultado.

>> Abraços ao meu querido diretor de escola, José Pontes Mariano, torcedor vascaíno, como este colunista, que se encontra exultante com a eliminação do Flamengo, da Taça Libertadores, e a classificação do Gigante da Colina para a outra fase do maior torneio sul-americano. Como diriam nossos alunos: É tudo nosso!

>> Excelente o trabalho de Marcelo Mello, técnico do Tanguá, equipe que ocupa a segunda colocação de sua chave na Série C. A ajuda que prestamos valeu a pena e já surte resultados positivos. No mundo do futebol vale sempre muito mais a amizade do que qualquer tipo de retorno monetário, pois o dinheiro é importante, mas os amigos são insubstituíveis.

>> Méritos para a excelente estrutura do São João da Barra, clube que aponta como um dos possíveis membros de um futuro Campeonato Estadual em nível de elite. O trabalho de divulgação é perfeito, o treinador Manoel Neto é um especialista no que tange a acessos e o presidente é um abnegado e responsável dirigente que visa o melhor para o seu clube. No ano passado houve algumas injustiças, de acordo com aquele confuso regulamento, mas nesse ano o enredo será totalmente diferente e para melhor.

>> A Portuguesa, administrada pelo lusitano, João do Rêgo, também vem prestando uma grande campanha conforme nos prometeu seu vice, Marcelo Barros. Ele sabe que estivemos ausentes por motivos alheios à nossa vontade, mas em breve nos reveremos para colocar o papo em dia. E, por favor, não se esqueçam de construir na sede a parte destinada à Bocha, esporte que esse colunista aprecia e ainda arrisca algumas ‘bochadas’, lamentavelmente não muito boas.

>> Parabéns à Comissão de arbitragem da Ferj pela formação de uma nova e competente geração de árbitros que orgulha o nosso país. Equívocos sempre ocorrerão e uma ou outra polêmica será normal porque o erro é totalmente humano. Mas a qualidade do elenco e de seus orientadores é inequívoca. Tenho assistido a verdadeiros espetáculos no que tange ao trabalho desse pessoal que merece todos os nossos aplausos.

>> Até a semana que vem, com mais notícias sobre o futebol do Rio de Janeiro. Obrigado a todos pelos e-mails, telefonemas e pedidos para que esse espaço retornasse, o que nos motiva a continuar trilhando nosso caminho repleto de pedras, espinhos e flores.

* André Luiz Pereira Nunes é professor, pesquisador e historiador do futebol carioca, além de mestrando em literatura brasileira pela UERJ.

>> Email para essa coluna: adrnunes@hotmail.com .

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